Quão bizarro um trabalho musical consegue ser?
Até que ponto se consegue produzir algo anti-comercial?
Qual o extremo disso tudo que a humanidade pode chegar?
Independente se este disco é um exemplo disso, ou não,
foi no final dos anos 60 que estes questionamentos começaram
à vir à tona dentro do contexto mercadológico e de cultura de massa.
A história desse disco começa em um dia de outubro de 1969,
um momento em que a música explodia inconformismos e
buscava a famosa abertura da mente prometida pela química
do LSD.
De fato, só o conceito das possibilidades alcançaveis com a
droga já eram inspiradores para os jovens artistas, usando ou
não esse recurso químico.
Tudo bem, tava muito bonitinho o que os Beatles estavam fazendo,
eles continuavam cada vez mais enchendo seus bolsos,
mas a curiosidade sobre as reais possibilidades extremas
assombravam os mais inquietos artistas.
Já havia um selo de Nova Iorque chamado ESP que se propunha
abrir campo para esse verdadeiro massacre cultural, e foi
quando, na data aproximada citada acima, que dois jovens
se encontram com Bernard Stollman nas imediações do Riverside Park
em Manhattan para discutir uma proposta de lançar um disco
pelo desafiador selo ESP.
Estes jovens eram Brian Elliot e Austin Grasmere.
A conversa foi curta e grossa: "Em busca do primordial".
Pensando assim chegaram ao que denominaram como o
verdadeiro ROCK PRIMAL.
As interferências eletrônicas como edição de mixagens de
rádio transmições e de ruídos de frequencias do mesmo, utilização
do gravador como instrumento musical, aos moldes da música
concreta, somado sobreposições de linguagens musicais diferentes
e uma busca à reprodução em atitude de seres humanos primitivos,
nos trás mais um contundente exemplo de que o que foi
conhecido posteriormente como MUSICA INDUSTRIAL.
Estava feita a merda, CAVE ROCK do que ficou conhecido como
CROMAGNON havia chagado para deixar uma enigmática
herança antropológica ao universo da música pop.
Enterrado como tudo que é trabalho verdadeiramente underground,
ao ser escavado e desenterrado em 1992, o disco assusta
pela contemporaniedade e radicalismo.
Na real daria pra dizer:
"Um disco antes e depois de seu tempo, algo entre a pré-história
e os anos 80".
Uma verdadeira aula antropológica da anti-música.
Durmam com um barulho desses...
Tracklist:
01 - Caledonia
02 - Ritual Feast Of The Libido
03 - Organic Sundown
04 - Fantasy
05 - Crow Of The Back Tree
06 - Genitalia
07 - Toth, Scribe I
08 - First World Of Bronze
Péga aquí!Post com a colaboração do Mestre Yupo
2 comentários:
que sirva de exemplo, para as novas gerações, do que a droga é capaz. felizmente veio o minimalismo e acabou com esse tipo de barbaridade. até os remanescentes, como o picareta do john zorn - que é mesmo um salafrário e, em penúltima instância, um oportunista do free jazz, um usurpador de atitudes legitimas, como o caso do disco em questão, já abandonaram ta, ruidismo não civilizatório. hoje, graças aos céus, vivemos no mundo tonal e esse tipo de coisa - de drogato, sem dúvida alguma, já é passado. walter schaffer, com seu ouvido inteligente, que o diga. (não é o autor da música do rato bem, mas um proto intelectual a favor da música sem música, ou ambiente - algo muito mistico). alias, qual adiferença entre essa gente (cromagnon) e o ringo star das épocas das cavernas?
esse disco é fantastico, o roberto é um cuzão, o minimalismo já era e arte legítima é o cú dele pintado de azul.
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