segunda-feira, 9 de novembro de 2009

MUNDO JAPAHITS DE PB - Brasil - 2009

mundo-japahits

Por umas décadas ficamos totalmente isolados do mundo POP de
outros países e com certeza com Japão não foi diferente.
Tudo que não vem dos países mais óbvios EUA, Inglaterra, França,
Itália e etc tende a parecer extremamente exótico para nós quando
o assunto é o pomposo mundo do POP.
A terra do sushi teve uma cena muito particular recheada de super
stars nos anos 70 que eram conhecidos como IDOLS.
Quase que a maioria esmagadora eram garotas.
No início garotas recatadas e boas moças, até que o duo PINK LADY
resolveu apimentar a cena trazendo sensualidade aos moldes ocidentais.
No fundo elas resolveram assumir que o que o pessoal queria mesmo
era SEXO.

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PINK LADY

Agora, o que pouca gente sabe que no Japão POP dessa época a
industria funcionava de uma maneira bem peculiar.
Existiam as gravadoras que contratavam os compositores e prdutores
e todo cast daquele selo interpretava apenas canções desse time
de "song writers".
Um dos nomes mais famosos e responsável pelo repertório do selo
RCA foi KYOHEI TSUTSUMI, responsável por 6 canções dessa coletânea.
Essa era a maneira como a gravadora tentava manter o controle de
qualidade e suas regras de um tipo de controle mental.

Os rostos dessa juventude cantante foram muitos e infelizmente não
consigo nesse momento dar nome à todos pois as imagens abaixo
foram extraídas das capas de várias coletâneas que comprei curiosamente
não no bairro LIBERDADE de São Paulo, mas na MANCHESTER MINEIRA
também conhecida como JUIZ DE FORA.
Fato curioso pois não houve uma forte migração da colônia Japonesa
por aquelas bandas.
Essas coletâneas que deram origem à essa que apresento são de prensagem
local feitas para a comunidade NIPO/BRASILEIRA.
Com certeza, além de um negócio lucrativo, uma forma de atualizar e
se vincular aos processos culturais contemporâneos.
Infelizmente essas informações ficaram presas à colônia e não se tornaram
realmente populares no Brasil, apesar do primeiro disco do grupo
PINK LADY tenha saído oficialmente em nossas terras tropicais.
Talvez pela fato das meninas serem mais sem vergonhas e mais parecidas
com o gosto brazuka.
É um fato que este post não é nenhum tratado sobre o assunto, mas já é
uma deliciosa mostra dessas garotas sensacionais.
Arreste as cadeiras, prenda os cabelos com os pauzinhos do Sushi e dance
sem parar nessa velha e fresca onda Niponica!

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Tracklist:
01 - shiroi heya/megumi asaoka *
02 - tokimeki/megumi asaoka *
03 - mirai/hiromi iwasaki *
04 - fantasy/hiromi iwasaki *
05 - futari monogatari/zoo
06 - sexy bus stop/yuko asano
07 - moon light taxi/yuko asano *
08 - kiss in the dark/pink lady
09 - refrain/nobora inoue
10 - sukidakara/nobora inoue
11 - monday monalisa club/pink lady
12 - sunshine superman/bibi *

* composições de KYOHEI TSUTSUMI

baixe aqui

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Post com a colaboração do Mestre Yupo

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Clássicos da Fronteira Vol.2 por Marco Gaspari

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Coletânea é uma expressão de origem latina, coisa que me deixa muito frustrado.

Fosse grega a sua origem, estaria explicado porque 87,55% dos discos coletânea são
verdadeiros presentes de grego.

Por outro lado sobram 12,45% de boas surpresas, uma quantidade mais do que
suficiente para animar qualquer um a encher o cantil e sair à caça do vinil perdido.

LEHRLINGE HALTEN ZUSAMMEN

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Comprei este disco nos anos 80 basicamente pela capa, pelos cabeludos que aparecem
na foto da contracapa e, principalmente, pela participação do maravilhoso Floh de Cologne,
o único grupo que eu conhecia.

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Como eu não sei lhufas de alemão, levei no escuro e é um
dos discos que eu tenho mais orgulho de possuir na minha coleção. Hoje em dia, graças à
internet, tenho alguma informação a respeito, mas ainda é bem pobrezinha.

O disco foi lançado pelo selo Plane em 1969 e parece que nunca foi oficialmente reeditado.
Como o Floh de Cologne, os outros grupos desta coletânea usam a sátira para dar forma a
discursos sarcásticos de forte inclinação socialista. Isto posto, nem é preciso dizer que aqui
o demônio é o capitalismo e que é imprescindível organizar toda a resistência possível
contra esse sistema malígno. Na contracapa existe um resumo de seis pontos levantados
por Karl Marx, o paladino mor da justiça social, na questão da juventude nas
sociedades capitalistas.

Mas o melhor do disco é que todo esse blá-blá-blá vem acompanhado de ótima música.
É krautrock em seus primórdios, uma pérola obscura para quem aprecia o gênero.

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NEUE DEUTSCHE POST AVANTGARDE – UMA AMOSTRAGEM DA MÚSICA ALEMÃ PÓS-MODERNA

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Esta coletânea de música industrial foi lançada em 1987 aqui no Brasil e não deve ser
nenhuma novidade para muitos de vocês que passeiam por este blog.
Mas a historinha dela é interessante e merece ser registrada.

Ela é considerada na Europa uma das melhores compilações da cena industrial alemã
dos anos 80 e foi feita na Alemanha sob encomenda para o Instituto Goethe de São Paulo.

A edição é limitada a 2950 cópias e apenas 150 delas foram vendidas na Europa.

Segundo os colecionadores europeus, as 2800 cópias restantes estão “perdidas”,
provavelmente para sempre, nas selvas do nosso primitivo país.

Ela hoje é cotada por lá na base de 80 euros.

Se você, caro leitor ouvinte, possui uma cópia, guarde-a com carinho.
Caso ainda não tenha, vale a pena organizar um safári e procurar a sua.
Deve haver ainda algumas cópias dando sopa por aí a preços convidativos.
Só que é bom prestar atenção e ver se está encartado no disco o livretinho
que apresenta, em português, todas as bandas da coletânea.
Boa caçada.

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VIVA UNA EXPERIENCIA PSICOTOMIMÉTICA

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Você está diante de um importante pedacinho da história do rock na Venezuela.
“Viva Una Experiencia Psicotomimética” não é apenas uma coletânea de grupos de
rock do país, a primeira a mostrar seus jovens valores em 1968, mas a prova material
de todo um projeto para uma série de concertos promocionais envolvendo efeitos de luz
e som psicodélicos para impressionar o público.

O disco foi gravado em mono e produzido por Jesús Pérez Perazzo que era não
apenas o regente da orquestra Venezuela Pop, como também gerente contratado
em 1967 pelo selo Fonograma para tirar a empresa do buraco em que se encontrava.
Perazzo era também consultor de uma clínica psiquiátrica e participava na época
de um projeto experimental na área de musicoterapia, estudando os efeitos da
música no ser humano. Sua idéia foi contratar grupos jovens desconhecidos e
gravá-los com acompanhamento de sua orquestra.
A tal de “Experiência Psicotomimética” seriam os shows ao vivo dessas bandas
sob os tais efeitos de luz e com a animação do popular locutor Cappy Donzella.
Os grupos que tivessem maior receptividade do público teriam seus discos gravados
e lançados pelo selo. Vários shows foram marcados e o primeiro foi um absoluto sucesso.
Os demais, porém, foram apresentando problemas e mais problemas até que
Perazzo desistiu da empreitada.
Voltando ao disco, não se trata da gravação de nenhum desses shows ao vivo,
mas uma montagem feita em estúdio utilizando sons de platéia ao vivo
para unir as músicas.
Mas o que seria o clima do espetáculo está todo registrado, até mesmo com
Cappy Donzela iniciando o disco com a seguinte locução:
"...verde 68, amarelo 14, azul branco 19... testando... neste momento nos apoderamos
de suas mentes... vocês vão viver uma experiência psicotomimética...".
A única coisa a lamentar aqui é que só uma música é original, interpretada pelo grupo
Los Memphis. Mas em compensação existem pérolas, como uma versão também de
Los Memphis para Nights In White Satin (Una Noche En Satín Blanco).

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No ano seguinte o selo Fonograma lançou a “Segunda Experiencia Psicotomimética”
e hoje em dia é possível achar os dois discos em CD venezuelano.
Mas a experiência de ver o efeito do vinil com manchas coloridas girando no
toca-discos, só quem tem a bolacha original pode viver.

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DOS HORAS EN LIBERTAD – LA OPERA ROCK (COMIC)

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Comprei esta fita cassete em Montevidéu lá pela metade dos anos 90 e ela
sempre foi um mistério para mim. Não consigo nenhuma referência na internet e
nem mesmo no ótimo livro de Fernando Peláez: De Las Cuevas Al Solís 1960/1975 –
Cronologia Del Rock En El Uruguay, ela é citada.
Mas é uma coletânea muito legal, que dá um pequeno exemplo do rock uruguaio
nos anos 70. Tem Montevideo Blues, Totem, Psiglo... e dois locutores que ficam
conversando entre as músicas, como se fosse um programa de rádio.
Se você souber algo a respeito, não deixe de me contar.

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Marco Gaspari é dono da loja Mister Sebo e tem zumbido nos ouvidos, como se o Pierre Henry fosse um hóspede permanente. Também escreve na revista poeiraZine.
 
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