quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

AGENTSS - compactos - 1982/83 - São Paulo - Brasil

agentssfront01

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Agentss é considerado a primeira banda eletrônica da história
no Brasil. Na real, algo mais no contexto da NEW WAVE
com influências eletrônicas.
Kodiak Bachine com seus dois MINIMOOGS dava o tom da modernidade
somado ao estilo NY avantgard das guitarras de Miguel Barella
creditado no primeiro compacto como ORION MIKE.
Essa turma, além de talentosa, estava super sintonizada com a
efervecência do que havia de mais descolado nas grande capitais
mundiais, em especial à cena de Nova Iorque.
Impossível não elogiar a arte da capa com uma misteriosa figura
humana distorcida com uma paisagem aquática alienígena ao fundo.
E, ao lado, o incrível e hermético logo da banda que infelizmente
foi deixado pra trás no compacto seguinte.

agentssfront02

agentssback02

Em compensação a arte da segunda capa tem uma história incrível!
Essa capa é um marco! Primeira capa brasileira com uma imagem
produzida totalmente num computador.
Claro, como ainda não havia jeito de imprimir, a tela foi fotografada.
Esse disco já conta com a produção do Sr. Pena Schmidt, Ex-técnico
da Gianninni Instrumentos, ex-engenheiro de som dos Mutantes,
Walter Franco e outros.
Citado numa revista dos anos 70 como a primeira pessoa a mexer
num sintetizador no Brasil, o ARP 2500, tido como o primeiro
à chegar por aquí.
Atualmente Pena trabalha na programação do Teatro do Ibirapuera.

No site http://www.sacimusic.com.br/projetos/agentss
você pode conferir informações mais precisas sobre a banda, além
de ter acesso à videos, fotos e até um remix que foi produzido
por mim para a música "agentss".

Tracklist:
1982
01 - angra
02 - agentss
1983
01 - professor digital
02 - cidade industrial

http://www.mediafire.com/?mwcijdwzm0k

Valéria - O Travesti - Brasil - 1966

valeria

Imagine você a coragem do senhor Walter Fernandez Gonzalez lançar
esse disco mostrando na capa sua cara produzida e sua cara limpa.
No Rio de Janeiro em 1966 não havia preconceito?
Era de fato visto como uma expressão artística?
Se a resposta é sim, por que nas décadas seguintes tudo vêio abaixo?
Era uma expressão ainda pequena demais que não encomodava
os machões?
Independente da resposta, esse é um compacto bastante raro e
bizarro suficiente para estar aquí no meu blog.
Para maiores informações sobre Valéria leia o texto do encarte abaixo:

valeriaback

Conheçam também esse video do youtube que mostra a
coleção de "divas" e travecos de um figura icógnita.



Valéria "dá-lhe uma, dá-lhe duas e dá-lhe 3, e ainda
facilita para você pagar por mês!"

Um clássico para fãs de Maddonna...

http://www.mediafire.com/?txkiljdeyyr

yupo-stamp
Post com a colaboração do Mestre Yupo

sábado, 13 de dezembro de 2008

L. Ron Hubbard - Space Jazz - Battlefield Earth - USA - 1982

rubbardfront

Seus olhos não o estão enganando, é ele mesmo, L. Ron Hubbard o fundador
da cientologia, a religião tão famoso de astros de Hollywood como Tom Cruise
e John Travolta além de tantos.
Como era um autor de best sellers de sci-fi, ele ainda inventou esse disco
com o pretexto de ser a trilha do livro.
Uma "experiência fantástica" segundo ele...pfff
Mas o que é de fato a Cientologia?
Bom, o novo PAI DOS BURROS (conhecido como wikipedia) diz assim:
"A cientologia é um sistema de crenças fundado em 1952
pelo autor de ficção cientifica L. Ron Hubbard
(1911-1986 b. Tilden, Nebraska).
A cientologia foi oficializada em 1954.
Esta religião baseia-se nos livros de Hubbard Dianética:
A Moderna Ciência da Saúde Mental (1950), Dianética:
A Evolução da Ciência e Ciência da Sobrevivência.
Hubbard considerava a Dianética como uma subdisciplina da Cientologia.
Até morrer, em 1986, Hubbard publicou centenas de livros sobre cientologia
e apenas alguns sobre Dianética.
A doutrina tem influências de outras religiões,
como o hinduísmo e o budismo, e de ciências humanas, como a psicologia.

Segundo a Cientologia há 75 milhões de anos, vários planetas se reuniram
numa "confederação das galáxias", governada por um líder
do mal chamado Xenu. Como os planetas estavam com problemas de
superpopulação, Xenu mandou bilhões de seus habitantes para Terra,
onde foram mortos com bombas de hidrogênio.
Seus espíritos - chamados de "thetans" - são os seres humanos." e por aí vai...
mais detalhes no próprio PAI DOS BURROS.

rubbardback

Falando sobre o disco, Rubbard é o compositor de quase todos os temas
que soam bem como temas sci-fi anos 80 com uma leve influência de neo-prog
e jazz fusion, mas com um toque bem futurista (pra época) por causa da utilização
do sampler workstation Fairlight.
Nos músicos convidados figuram dois nomes de peso:
Chick Corea e Stanley Clarke.
Não por isso, o disco é mais interessante do que parece. É bem picareta
mas tem uma pegada bacana em alguns momentos, como "march of the psychlos"
onde um incrível minimoog domina a situação!
Outro destaque é o Spiritual Sci-Fi de "funeral for a planet" onde o vocal inspirado
de Tamia Arbuckle deixa os metais sintéticos perdoados...

rubbardinside

A estética da arte do disco é bastante compatível com o som.
Não poderia ser mais anos 80...

Uma pequena lista de nomes famosos que são seguidores da Cientologia:

Anne Archer, atriz
Beck, músico
Billy Sheehan, músico
Giovanni Ribisi, ator
Isaac Hayes, ator e cantor
Jason Lee, ator
Jennifer Lopez,atriz e cantora
Jenna Elfman, atriz
Juliette Lewis, atriz e musicista.
Karen Black, atriz
Katie Holmes, atriz
Kelly Preston, atriz
Lisa Marie Presley, atriz
Priscilla Presley, atriz
Sonny Bono, músico, político

Tracklist:

01 - golden era of sci fi
02 - funeral for a planet
03 - march of the psychlos
04 - terl, the security director
05 - jonnie
06 - windsplitter
07 - the mining song
08 - the drone
09 - mankind unites
10 - alien visitors attack
11 - the banker
12 - declaration of peace
13 - earth, my beautiful home

http://www.mediafire.com/?maumjnfkio2

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

SAUDADES DA NUVEM NOVE - documentário - São Paulo - 2008

nuvem-colagem

Filmado com uma câmera mini-DV e editado no IMOVIE HD da APPLE.
Duração: 100 min

Pra quem não sabe, ou não soube, existiu por 17 anos no bairro itaim na capital de São Paulo, a loja de discos mais interessante e divertida de se frequentar para comprar discos e trocar ideias sobre música.
Mas, muito mais que isso aconteceu lá e uma ideia mínima disso você pode ter assistindo esse video.

Esse é o primeiro corte do flme, cheio de defetos porque foi feito às pressas para uma oficial projeção de comemoração do encerramento das atividades da loja.

É um corte bastante longo porque tinha objetivos mais internos para as pessoas que viveram alí.

Mesmo assim resolví manter dessa forma porque como fiz totalmente sozinho, por puro amor à loja, meus compromissos do dia a dia não me deixam ter este projeto como uma prioridade.
Uma hora sai...

Mas enquanto isso, assistam esse corte mesmo, principalmente porque ele é muito significativo pra mim, porque o que eu mais gostava de fazer lá era ouvir o José falar...falar...falar...
como eu viajei com as estórias divertidíssimas...

PARTE 01


SAUDADES DA NUVEM NOVE parte 01 from paulo beto on Vimeo.

PARTE 02


SAUDADES DA NUVEM NOVE parte 02 from paulo beto on Vimeo.

Creditos:
Direção, audio, câmera e edição por Paulo Beto.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

anvil FX - LO-FI GENESIS - BRASIL - 1999


************ COMEMORANDO 10 ANOS EM 2009 ***************


CDcover

Em 99, drum'n'bass era um estilo musical muito popular,
muito promissor como liguagem e ao mesmo tempo um bom nicho
para os produtores de música eletrônica que curtiam um som
mais pesado, primitivo e ao mesmo tempo futurista.
Diante desse perfil, abracei a causa.
Mas, como tudo que eu faço, nunca sou um purista e além de tudo,
sempre estou à frente do que o público médio assimila.
Essa combinação de "descompassado" com "estilo contaminado por
outras referências" sempre me colocou à margem.
Sempre me fez ser um bosta para o hype da onda.
E é justamente sob o viaduto do pop que eu gosto de estar.
Na lata do lixo da coluna social e no soslaio dos descolados.

Sempre trago tanta referência para meu trabalho, que aos olhos
do "oba oba" passo despercebido me divertindo com uma dimensão
invisível pros leigos e desinformados "detentores da verdade".

Estar nessa posição nunca me fez ser rico ou famoso, mas me
divertí muito com tantas possibilidades que "ser livre das regras"
me proporcionou.

Esse é o balanço que faço olhando 10 anos para trás, onde vejo
esse disco ser criado em minha cidade natal, Juiz de Fora, dentro
do meu quarto, sem usar computador, sem usar recursos tecnicos
dos estúdios proficionais.
Um W-30 da roland, um JX-305 da roland, uma mesinha de som fuleira
e emprestada e um gravador de Mini Disc.
Pra fazer um disco citando Dizzie Gillespie, Tura Satana, Carlos Bracher,
Ministrinho, Pelé, Banda de Pífanos de Caruaru e Juliette Gréco... quem?
E o pior, colocando vocais femininos em DUAS músicas, para o
desespero dos puristas manos paulistanos toscos que de longe torciam o nariz
dizendo: isso não é "dirumnembésssss".
Pouco tempo depois, o que fazia mais sucesso eram as produções
com vocais femininos que vinham de londres.
E as adaptações de musicas da mpb?
Estava eu lá na frente... de novo...

Picture 30

Quando olho pra trás, vejo também um velho amigo Jeferson Santos, "o Dief",
montando uma loja de discos muito foda e um selo em Belo Horizonte
com outros sócios. A lendária MOTOR MUSIC.
Dief me "puxou" de JF e disse: "Vamos lançar um disco do Paulo Beto!".
Todos os sócios deram com reticências um crédito ao Dief.
A combinação de poderes com os outros sócios gerou uma força
suficientemente potente para colocar o disco na mídia em São Paulo e
para fazê-lo ser ouvido pelas pessoas certas do meio musical.
O FREAK Paulo Beto passou à ser considerado não só pelo público, mas
consequentemente pelos outros artistas, por outros selos, pelo SESC SP,
e por jornalistas que, além de terem escrito ótimas matérias de destaque
ainda me seguiam dando notas em suas colunas.
Foi o mais perto da crista da onda que cheguei na vida, e lá de cima
aquilo não me seduziu. Não me tornei um viciado em "alturas" como
é costume acontecer com os novos artistas.
Em proporções municipais eu já havia passado por aquilo antes e já
tinha plena certeza de que pra mim não era um bom lugar de se estar.
Eu já tinha 32 anos e pra mim muito "daquilo tudo" era ridículo.
Babação de ovo de gente que não conhecia ou entendia o seu trabalho,
gente falsa se aproximando porque meu trabalho era "importante",
muita gente "bonita" e vazia ao redor e outras coisas que me dão
vontade de vomitar até hoje...

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Mas não pensem vocês que eu me acho um gênio e que estou acima de todos
os mortais, porque foi justamente minha auto-crítica e minha sede por
aprendizado é que me fez sobreviver saudável.
Esse disco contém de fato uma infinidade de erros tecnicos e práticos.
Como foi produzido na raça, assim como tudo que eu havia feito antes,
não possui uma sonoridade satisfatória de mix e timbres que ele pede.
Os discos contemporâneos tinham uma ciência de gravação e mixagem
que pra mim era impossível de alcançar com meu sampler de baixa qualidade
e meu Mini Disc que ainda piorava mais a situação.
Eu sempre deslumbrado com a espacialização do som, ignorava o fato que
pra "bombar" no P.A. de um show ou numa pista de dança, quanto mais mono
mais força o som tem, e essa é uma regra básica para a bateria e o baixo.
Se vc observar o audio desse disco, vai perceber algumas baterias e baixos
circulando pelas caixas (ou L-R) veementemente sem nenhuma sutileza, inclusive
porque era feito girando na mão os botões da mesa.
Fora a falta de "feeling" de DJ que eu sempre tive para produzir
músicas que funcionassem bem na pista e o maior motivo disso é
que essa é uma arte cheia de muitas regras e eu, inclusive cegamente,
sempre fugí delas.
De fato eu tenho que admitir que "os especialistas" tinham muito o que
criticar no meu trabalho, mas o que me salvava era um pouco mais de
inventividade e referêcias.

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Dez anos depois, olhando para trás considero esse trabalho como um
lançamento FREAK e isso reflete muito o que eu sempre gostei de ser.
Fiz a minha contribuição ao mundo do bizarro que hoje é "minha religião".
E eu, continuei "traíndo" quem apostou em mim como uma possibilidade de
habitar o mundo fashion, pop, hype...
5 anos depois uma jornalista disse pra um amigo meu, "...Paulo Beto não deu
em nada..."
Sob a perspectiva dela eu devo concordar.

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Mas à 10 anos atrás, quando eu ainda achava que uma pista de dança
era um lugar divertido e inteligente de estar, eu criei esse disco com
muita paixão. Mais paixão que qualquer outra coisa, e coloquei junto comigo
os amigos outsiders e undergrounds que me faziam bem.
Em tributo à estas pessoas que ficaram invisíveis porque o formato
"artista pop brasileiro" não permite que elas tenham destaque,
eu aquí às apresento:

mimo

ADRIANA PELIANO: Responsável por todo design gráfico da capa.
Na época Adriana morava em Brasília (onde nesceu). Hoje se casou
comigo e moramos em São Paulo.
Ela produziu um vasto acervo de imagens na época, inclusive um
video clipe chamado "Maxicosmo das Células Plásticas".
Ela é até hoje responsável pelo design da banda.

hek

HEKTOR MONTEIRO: Grande amigo e companheiro na época.
Vivia me enchendo o saco "vc não vai lançar um cd?".
Acompanhou todo o processo de criação do disco.
Acompanhou todo o meu envolvimento e o conhecer do
Drum'n'Bass. Um pouco antes costumávamos a tocar muito juntos
no nosso projeto progressivo de brincadeira chamado DR. PHIBES.
Me deu várias idéias no disco, gravou bateria pra SUBGLISSANDI, e
acompanhou toda masterização do disco em BH.

cabessa

ROBERTO (Cabeça) BELLINI: outro grande amigo e companheiro
naquele momento, antes e sempre. por coincidência, irmão de Hektor.
Também me deu várias idéias no disco. Até assina como co-autor em
PLANET GEORGIA. Hoje é famoso no mundo das artes visuais.
Mora já faz tempo em BH e sempre que possível ainda trabalhamos
juntos. Confira seu site http://www.robertobellini.com/

tarcila

TARCILA BRODER: Gravou a voz de CARNAVAL, que é uma adaptação
de um samba antigo de um compositor Juizforano chamado MINISTRINHO.
Na época morava em niterói mas tinha família em Juiz de Fora
e por isso estava sempre lá. O que permitiu que participasse do disco
e posteriormente montamos um projeto juntos chamado
BELLEATEC onde fizemos uns shows em JF e Rio.
Hoje mora na Inglaterra.

renatinha

RENA ENGELS: Emprestou a linda voz para a assinatura musical
do anvil FX desse disco para a música PROXIMO SEGUNDO.
Natural de Juiz de Fora, trabalhou muito como locutora de rádio lá,
além de atuar também como modelo.
Hoje vive em BH e provavelmente continua desenvolvendo as
mesmas atividades. Fizemos alguns shows juntos, inclusive um
em Ouro Preto pra 12 mil pessoas.

paul-santa

PAULO MOTTA: Conhecido como PAUL na nossa turma, ele que me
ensinou todo o básico sobre música eletronica, experimental e
improvisação livre, foi convidado à criar um track pro disco
remixando de forma eletroacústica um improviso gravado em
São Paulo comigo, o músico Loop B e o vocalista Alex Antunes.
Esse track é o último do disco, aquí creditado como UNTITLED,
onde ficava escondido após alguns tracks de silêncio.
Hoje faz parte do Corpo Acadêmico da Universidade UFJF na área
de filosofia.

djnono

DJ NONÔ: Grande cara! Dj à muitos e muitos anos. Faz bailes
agitados pra comunidade de Juiz de Fora.
Conviví muito com ele numa época que ele tinha uma
incrível rádio comunitária no morro onde morava chamada
MEGA FM. Eu mesmo tinha dois programas lá.
Foi ele que faz os schatches com o audio do Pelé fazendo
seu milésimo gol. Coisa de gênio!

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tracklist:

01 - Lo-Fi Genesis
02 - O Próximo Segundo
03 - Planet Georgia
04 - Caruaru Elétrico
05 - Mixerrotor
06 - Subglissandi
07 - Carnaval
08 - A Poesia
09 - O Ciúme
10 - Element Destruction (Portrait Of Tura Satana)
11 - 1000
12 - Céu De Brinquedo
13 - Untitled

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Baixe aqui!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

GUIA BÁSICO PARA OUVIR THEREMIN - (por PB) - 2008

theremin2-430x300

Lev Sergeivitch Termen nasceu e se formou em São Petersburgo ou
Sampetersburgo (Санкт-Петербу́рг, Sankt-Peterburg em russo) é uma
cidade da Rússia, antiga capital do país na época tsarista, entre 1712
e 1918.
Tornou-se cientista inventor da KGB nos anos 50 do século passado.
Trabalhava inventando equipamentos de espionagem e coisas do gênero.
Mas também era um grande amante de música.
Seu instrumento era o violoncelo.
Cansado da vida de espião e triste por ter que trabalhar para a
guerra, fugiu para os estados unidos já no meio dos anos 50.
Lá se estabeleceu com o nome que o imortalizou, Leon Theremin.
Se dedicou apenas à sua paixão pela arte.
Criou e desenvolveu vários instrumentos musicais
inclusive o seu mais famoso, que já havia concebido em 1919, o Thereminvox.

leon_theremin300c

Na verdade o instrumento é uma mistura de tecnologia do Rádio com a
tecnologia que conhecemos hoje por abrir as portas dos aeroportos, dos
shoppings e dar descarga automática nos mictórios. Sério...
Curioso com os ruídos mais musicais produzidos pelo rádio em meio ao
oceano de estática, ele percebeu que aproximando e afastando sua mão
da antena ele interferia na frequência sonora modificando-a.
À partir dessa observação, ele criou o primeiro instrumento totalmente
eletrônico da história.
Uma grande caixa com valvulas e bobinas exatamente iguais à dos Rádios
de sua época, mas com duas antenas, uma do lado esquerdo na horizontal
e outra no lado direito na vertical.
Do lado direito poderia se ter controle da modificacão da frequência
(que pode ser como as notas musicais) aproximando ou afastando a mão
dessa antena no ar.

schematic

Quanto mais próxima a mão, mais alta a frequência.
E do lado esquerdo quanto mais próximo a mão mais silencioso e mais
afastado mais alto o som conseguindo-se à partir daí a dinâmica
musical.
Isso faz desse instrumento o mais facinante e revolucionário já criado
desde o tambor de tronco de árvore seca.
Um instrumento que se toca musica no ar, sem encostar no mesmo!!!!
Isso parece muito absurdo até para hoje em dia e muita gente nem
imagina que ele existe.
Ao mesmo tempo, sua caracterísitca o torna um dos mais difíceis de
serem tocados com maestria e precisão.
Mais conhecido hoje somente como "Theremin", embora nem tantos já o
tenham visto ou tenham conhecimento de sua existência, a maioria das
pessoas conhecem o seu "efeito" e a característica de seu som.
Nos anos 50 Hollywood rendeu-se ao inventor russo sem saber.
O grande compositor para cinema BERNARD HERRMANN (1911-1975) utilizou
nada menos que 6 Theremins na trilha sonora de "THE DAY THE EARTH
STOOD STILL" - O DIA QUE A TERRA PAROU.

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O filme, dirigido por Robert Wise em 1951, foi um apelo pacifista pelo
fim da Guerra Fria que estava ainda em sua fase inicial. Foi baseado
no conto Farewell to the Master do escritor Harry Bates.
Relata um primeiro contato da humanidade com seres de outro planeta,
uma temática que muito assombrava a Terra nessa época que se descobria
como um pequeno grão de areia no espaço.
Misturado com um grande medo de uma nova grande guerra, o público
arrepiava de pavor ao ouvir as melodias fantasmagóricas produzidas
pelos theremins utilizados na trilha desse filme.
O sucesso foi tanto que não só a temática tornou-se recorrente em
diversos níveis de produção cinematográficas como também o som do
Theremin.
Aos poucos foi virando uma marca registrada para "alienígenas",
"fantasmas", "delírios" e "coisas etéreas".

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Até hoje essa associação é muito frequente embora isso tenha causado
um grande desgosto ao seu inventor, que o imaginou tão importante como
o violoncelo ou o violino no contexto erudito da música.
Mas também existe quem o usa das maneiras mais idiotas e ainda acha
que está fazendo um grande trabalho artistico.

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Resumindo, poucos já ouviram falar do Theremin, mas a maioria das
pessoas conhecem o seu som.

Este é um pretencioso guia de fã para quem estiver interessado em
conhecer melhor o instrumento e seus mais importantes e geniais interpretes.

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Tracklist:

01 - Summertime/Clara Rockmore

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Clara Rockmore era a grande musa do inventor.
Nasceu com o nome de Clara Reisenberg na Lituânia em
9 de março de 1911 e morreu em 10 de maio de 98.
É considerada a maior interprete que já viveu do instrumento.
Ajudou inclusive o próprio inventor à aprimorar sua criação e ajudou
no desenvolvimento da técnica de interpretação.


02 - Eggert: The Son of the Daughter of Dracula Versus the Incredible
Frankenstein Monster (From Outer Space)/Barbara Buchholz, Lydia Kavina
& Kammerensemble Neue Musik Berlin
03 - Prelude / Outer space / Radar/Bernard Herrmann
04 - Lubally/Barbara Buchholz
05 - Voice of Theremin/Lydia Kavina
06 - Mist O' The Moon/Dr. Samuel J. Hoffman

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Dr. Samuel J. Hoffman foi um conhecido interprete de Theremin que atuou nas décadas de 40, 50 e 60. Ajudou a popularizar o instrumento por causa de filmes pro cinema onde ele figura como instrumentista na trilha sonora e por aparições na TV, o que inclue o clube do Mickey. Os filmes cujas trilhas sonoras mais famosas que ele participou como interprete são: Spellbound, The Lost Weekend, The Thing e The Day the Earth Stood Still.


07 - London/Pamelia Kurstin
08 - Eclipse/Barbara Buchholz

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09 - Aria from Bachianas Brasileiras No. 5/Clara Rockmore
10 - Mixolydia/Lydia Kavina

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11 - Nikolaev: Cherno-Belaja Muzyka (Black-and-White Music)
/Barbara Buchholz, Lydia Kavina & Kammerensemble Neue Musik Berlin
12 - Barrow in Furness/Pamelia Kurstin

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13 - The Darkness Gives Me You Again/Dr. Samuel J. Hoffman
14 - Gort / The Visor / The Telescope/Bernard Herrmann
15 - Cowboys Indians And Their Pare/Messer Chups with Lydia Kavina

http://www.mediafire.com/?5jkmmzxxwto
http://www.mediafire.com/?gdowagyimwy

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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

BANDA DOS FUZILEIROS NAVAIS - PARADA BOSSA NOVA - BRASIL - 196...

banda-bossa-nova

Tracklist:

01 - a felicidade
02 - o pato
03 - chora tua tristeza
04 - samba de uma nota só
05 - canção que morre no mar
06 - desafinado
07 - chega de saudade
08 - dindí
09 - janelas abertas
10 - samba triste
11 - oba-la-la
12 - o barquinho

A contra capa diz assim:

"Uma banda de música tem compromissos muito sérios com o povo. Seja ela militar ou não, seja de cidade grande ou pequena, quando sái à rua, leva sempre uma mensagem que, por ser simplesmente humana, vai direto aos sentimentos das gentes de todas as idades e condições sociais. Essa mensagem humana é a sua música e, sendo assim, o repertório de uma banda assume grande importância, tendo que ser vasto e variado. Deve ir da mais ingênua página popular à peça clássica, passando - é lógico - pelos dobrados, delícia ritmica irresistivelmente contagiante que faz tanta gente mudar de rumo e de passo, sempre na mesma direção aonde a banda vai.
A Banda dos Fuzoleiros Navais é, sem dúvida, a mais popular do Brasil e uma das mais completas do mundo. Sua afinação, seu garbo, suas evoluções perfeitas tem feito vibrar multidões e sai espetáculo emocionante e inesquecível onde quer que se exiba.
E aquí está ela em parada, exclusivamente para você. Parada "Bossa Nova": música popular em tempo marcial. Parada "Bossa Nova": a magestade da marcha militar marcando os temas mais simples e bonitos da nova guarda"

Eu, já digo:
Incrível registro que comprova o quanto a bossa nova foi reacionária e afinada com o pensamento da ditadura militar.
A saída perfeita para a juventude que tinha medo de lutar e estava acomodada com sua classe média das caipirinhas, das praias e das transeuntes com pouca roupa.
A música simbolo que vendeu o Brasil das bananas e da natureza abundante, e do povinho acomodado que se satisfaz com o que vier...
Os arranjos do Maestro Arcy Barbosa e do Maestro Gaya comprovam o quanto a nova música jovem era compatível ao momento político Brasileiro da repressão, das torturas e da censura. Esse disco é um marco que todo brasileirinho deve guardar para entender a sua própria origem.
E vamos lá, ver a banda passar!!!!!

yupo-stamp
Post com a colaboração do Mestre Yupo

http://www.mediafire.com/?z1i5ztjyjjh

terça-feira, 11 de novembro de 2008

John Fahey - REQUIA and other compositions for guitar solo - USA - 1967

john fahey

Esse blog também está na moda. Agora aquí também tem disco de folk. Calma... eu não virei hipster... ESSE DISCO VAI ALÉM, como qualquer coisa que você pode encontrar aquí.
John Fahey... um capítulo à parte...
Ouça esse disco e vai entender.
Esse cara é absolutamente louco, bem humorado e gosta de tirar um sarro da cara do povo que se leva à sério demais.
Mas não deixa de ser um disco de folk, o conhecido "folk experimental"! Sim...isso existe!!!!! E não nasceu pos-malú magalhães!!!
Sim, essa obra prima é de 1967!

Mestre Yupo me conseguiu essa cópia em cd, que custou 10 real no sebo do messias em sp.

Tudo que o mundo pop se espantou ao ouvir "Revolution 9" dos Beatles, as colagens feitas com fitas de rolo, editadas e montadas com o novo raciocínio musical da música concreta pode ser ouvido aquí nesse album que foi produzido anos antes do álbum branco.
Claro, era preciso alguém com culhão pra fazer isso sem que alguém muito famoso tomasse esse partido.
Até discurso do Hitler pode ser ouvido no caldo sonoro.

John Fahey adora brincar com o público.
Primeiro: A capa não informa nada sobre as características vanguardistas do conteúdo. É uma capa bem banal no estilo dos artistas conservadores do folk americano.
Segundo: que ele nem sequer é canhoto.

Na sua história existe uma série de pegadinhas que ele adorava fazer, como essa ou até discos FAKES, onde fingia ser artistas roots do original folk negro obscuro. Muitas outras citações divertidas poderão ser ouvidas aquí. Não posso adiantar muito pra não perder a graça.

Mas hoje, esse disco vai além da piada ou da sacanagem com o público.
É um maravilhoso disco para ser degustado pelos adoradores da história da vanguarda.

Tracklist:

1 - Requiem For John Hurt
2 - Requiem For Russell Cooper
3 - When The Catfish Is In Bloom
4 - Requiem For Molly (Part 1)
5 - Requiem For Molly (Part 2)
6 - Requiem For Molly (Part 3)
7 - Requiem For Molly (Part 4)
8 - Fight On Christians, Fight On

http://www.mediafire.com/?oj2rvlecica

post com a colaboração de mestre yupo
yupo-stamp

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

The Sound Projector Presents - Krautrock Kompendium - Alemanha - 2007

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Uma novidade no meu blog...
Postei o primeiro livro, mas não é qualquer livro! É um excelente guia para quem quiser entender o rock experimental alemão dos anos 70, também conhecido como Krautrock.

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O livro além de ter um alto conteúdo de informação e nos apresentar muita coisa realmente interessante, tem um excelente design, bem moderno e de muito bom gosto.

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Enquanto você não tem o seu próprio, de verdade, de papel mesmo, pode já ir pesquisando sobre esse fascinante momento da música mundial.

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A compilação das obras foi escolhida por Ed Pinsent e teve também colaboração de vearias outras pessoas que são:

Jennifer Hor
Edwin Pouncey
John Bagnall
War Arrow (ie Lawrence Burton)
Chris Atton
Rik Rawling
Marc Baines

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Divirta-se bastante conhecendo o Krautrock!

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http://www.mediafire.com/?zymjlfjej21

terça-feira, 4 de novembro de 2008

DRAGONS - PARFUMS DE LA REVOLUTION - 1982

dragons

Talvez esse disco seja o mais espetacular disco FAKE da história do rock.
Supostamente uma banda punk existiu na china comunista em 1982 e fez um disco maravilhoso misturando a linguagem do postpunk com a música tradicional chinesa daquele país. Simplesmente punk cantado em mandarim e interpretado misturando instrumentos étinicos.
Os integrantes escondem sua identidade, revelando apenas seus primeiros nomes com medo de represália do governo:

Kuo, na voz e na guitarra
Liu na bateria
Li no violão Chinês Er-Hun

Segundo a lenda, eles teriam morrido assassinados por terem gravado esse disco.
A edição do LP é francesa e foi lançado por um selo independente chamado BLITZKRIEG e distribuido pela BARCLAY.

Na verdade trata-se de um francês e um casal de imigrantes chineses que resolveram fazer essa crítica divertida à fome desesperada dos jornalistas europeus pela descoberta mais absurda e sensacionalista do ramo das últimas novidades da música pop. Gente como os jornalistas da NME. Algo que comprova a total ignorância desse universo paralelo da afetação.
O disco foi um frisson e movimentou muito a cena da época.
Após a suspeita e a descoberta de que era tudo uma brincadeira, o disco caiu no limbo e nunca mais foi relançado, tornando-se hoje uma sensacional pérola dos colecionadores sortudos e mais inteligentes.
Bem, provavelmente hoje ainda exista um incauto que acredite que houve punk na China nessa época...

Um dos maiores motivos do "sucesso" desse LP é a versão de "Anarchy in the U.K." que ainda hoje aparece em algumas coletâneas e os novos ouvintes recebem como sendo só uma versão legal da música (na minha opinião, mil vezes melhor!).
Também inclue o cover de "Get off of my Cluod" dos Rolling Stones.

Outro nível de reflexão poderia ser a constatação de como um trabalho Fake pode ser mais autêntico que a maioria de cópias que o mercado da música empurra goela abaixo para a juventude ao longo das décadas...

É isso ae...

Tracklist:

01 Flamme Ardente
02 L'ile du Temple Maudit
03 Eaux Vives
04 Anarchy in the U.K.
05 Dazhaï
06 Torche Rouge
07 Force des Eaux et des Monts
08 Nouvelle Chine
09 Get off of my Cluod

post com a colaboração de mestre yupo
yupo-stamp
http://www.mediafire.com/?aothq2moi1i
 
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