sábado, 27 de junho de 2009

John Boudler/GRUPO DE PERCUSSÃO DO INSTITUTO DE ARTES DO PLANALTO - UNESP - II Prêmio Eldorado de Música - Brasil - 1986

unesp

Sempre bom conhecer os trabalhos sérios de música produzidos aqui na
nossa terra e este é um ótimo exemplo.
O próprio texto da contracapa nos fará entender do que se trata.
Como nos velhos tempos:

"Quanto custa vencer um preconceito?
Em música, como em outros campos da atividade humana, às vezes
custa muito.
Custa tempo, esforço, paciência e talento.
Só assim supera-se o que parecia ser intransponível.
Os percussionistas sentem essa realidade profundamente.
Ou se conformam em permanecer no fundo das orquestras (e, até
chegar aí, eles precisam transpor alguns séculos de História da Música)
ou se debatem, heroicamente, para provar que seus instrumentos
podem exercer um papel musical respeitável.
O Grupo de Percussão Do Instituto de Artes do Planalto, da Universidade
Estadual Paulista "Júlio Mesquita Filho", tornou-se responsável por
um avanço significativo neste setor.
Formado por alunos do curso de bacharelado em música, o grupo
resolveu participar do II Prêmio Eldorado de Música (São Paulo, 1986),
superando as próprias expectativas e marcando um alegre precedente.
Não se tem notícia de outro conjunto nestes moldes que tenha vencido
instrumentos tão consagrados como o piano e o violino, só para citar
dis exemplos - em concurso de música de alto nível.
Mas o grupo venceu a competição, depois de uma apresentação exemplar
no Teatro Cultura Artística, na noite de primeiro de dezembro de 86.
A conquista de que se fala possui, pelo menos, três dimensões:
1 - Ajuda a dissolver o preconceito existente em torno de uma numerosa
família de instrumentos (quase duas centenas), alguns deles bastante
antigos e quase todos ainda sub-utilizados por muitos compositores
contemporâneos.
2 - divulga uma literatura musical estreita mas significativa, e que vive hoje
uma expansão animadora.
3 - Mostra a eficácia de uma experiência pedagógica.

John Boudler, percussionista americano, doutorado pelo American
Conservatory of Music, em Chicago, e que chegou ao Brasil há nove anos
para integrar a Orquestra Sinfônica de Estado de São Paulo como timpanista
e para dirigir o curso de percussão do Instituto de Artes do Planalto, deve acumular
um jistificado orgulho ao conferir como seus alunos têm assimilado e levado
adiante os seus ensinamentos.
Boudler criou o grupo. O trabalho está aquí, resistrado neste lançamento do
Estúdio Eldorado que marca não só a vitória no concurso como a estréia
em disco do conjunto. Pelas ágeis baquetas desses jovens músicos, ouve-se
um repertório diferenciado, que aponta para várias direções: do "ragtime"
de George Hamilton Green, que nos faz pensar na longa e harmoniosa
convivência da percussão com o jazz, até a música de John Cage.
Neste percurso prova-se ainda a experimentação pioneira de Varèse além de
dois momentos particulares na obra de Camargo Guarnieri e Marlos Nobre.

Laura Greenhalgh"

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Karlheinz Stockhausen - Aus den Sieben Tagen - Alemanha - 1969

aus-den

Este disco foi lançado inicialmente num box com 6 outros LPs do mesmo conjunto
de obras.
"KOMMUNION" e "INTENSITÄT" fazem parte dessa série de composições
e performances chamadas "AUS DEN SIEBEN TAGEN" (From The Seven Days)
escritas em maio de 1969 e gravadas em 26 e 31 de agosto do mesmo ano
no Westdeutscher Rundfunk Cologne com 11 músicos (que neste disco só
aparecem 9) tocando diferentes instrumentos.
Trata-se de música intuitiva em seu primeiro momento de pesquisa, quando
até mesmo o mestre Stockhausen confessa estar um tanto cego em seu percurso.
Atualmente, músicos fora do contexto acadêmico costumam fazer experiências
semelhantes chamando isso de "FREE IMPROVISATION" (no Brasil: Improvisação Livre).
Fale sério, você acredita em LIBERDADE?
Quando se diz: "Você é livre para fazer o que quiser", você não acaba fazendo o que
já está em sua "programação"? Você não acaba seguindo suas vontades baseadas no
que forma seu caráter e personalidade?
Então existe uma direção, não há a dita LIBERDADE.
Transportando este raciocínio para a música, faz mais sentido chamar este tipo de
experiência de se lançar na música sem convenções de sentido harmônico ou tonal de
"MUSICA INTUITIVA", ou não?
A tônica da experiência não se baseia no fato do interprete se apoiar em sua
própria intuição?
Bem, também é possível tocar musica tonal se valendo bastante de intuição, é o que
desenvolvo com minha banda Zeroum.
Voltando ao Mestre Stockhausen, de alguma forma que não fica clara nas
informações do disco,
ele escreveu partituras ou apenas escreveu o conceito da obra. Com certeza a partitura
deve ser aquelas cheias de símbolos e desenhos.
O encarte do disco apenas é bastante claro dizendo que a prática foi conduzida,
no caso da primeira música, KOMMUNION", com idéia de que cada participante deveria
estar totalmente em sintonia com os ritmos e batimentos das frequências emitidas pelo
colega na tentativa de se fundir a nível molecular ou atômico.
É até difícil tentar entender isso na nossa lógica.
Imagino que deva fazer mais sentido convivendo e entendo a cabeça do Mestre na época.
O fato foi que as considerações dele à respeito dos resultados foram no mínimo interessantes.
Ele disse que, ao experimentarem se fundir, os resultados ao invés de soaram amigáveis
ou fraternais entre músicos, que as direções foram para os sentimentos mais viscerais e
primitivos, tendendo para uma estética que remete a guerra e a mutilação. Ele até usou a
palavra "Demoníaco".
Já em "INTENSITÄT", ele conta que algumas horas antes do horário marcado para a gravação,
ele saiu e comprou um martelo, lixas, um pedaço de madeira e uns pregos e juntou com uma
buzina de carro, um apito que tinha e foi pro estúdio com aquilo sem dar a menor explicação.
Preparou todos os microfones, posicionou os músicos e começou a "tocar" tudo aquilo.
Ele confessa ter ficado impressionado com a organização do resultado.
O ritmo de suas marteladas e bozinadas regiam a orquestração.
Observe que ele começa lixando um pedaço de madeira e em seguida parte pro martelo.
Resumindo, uma excelente obra que merece ser baixada e bem ouvida.
Não é aconselhada para quem só se liga no estilo Michael Jackson de fazer música.

Tracklist:
01 - KOMMUNION
02 - INTENSITÄT

Músicos:
Johannes G. Fritsch (Viola Alto)
Alfred Alings (Tamtam) em KOMMUNION
Rolf Gehlhaar (Tamtam)
Carlos Roqué Alsina (Piano e Orgão Hammond em KOMMUNION)
Jean-François Jenny-Clark (Contrabaixo Acústico)
Anonym (Trombone)
Michel Portal (Saxofone, Flauta e Piano)
Jean-Pierre Drouet (Percussão)
Karheinz Stockhausen
em KOMMUNION:
(Voz, Ondas Curtas, Vidro e Pedras, Filtros,
Controle de Volume e de Panorama)
em INTENSITÄT:
(Unhas, Martelo, Toco de Madeira, Lixas, 2 Filtros
Controle de Volumes e de Panorama)

baixe aqui

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Discoteque Picareta Brasil - Grooves, Boogie & Disco - Brasil - 2009

discoteque

Não adianta... só quem viveu os anos 70 sabe a desgraça que esta
nova coletânea contêm.
A recordação daquele cheiro de acetona vindo do quarto da empregada
cujos dedos, separados por algodão, esperam ficar, como se fosse possível,
mais bonitos... E o laquê? Puuuutz
Cabelo ruim alisado e armado como um enorme capacete.
Fora as porcarias que as mulheres colocavam aos quilos na cara.
Meu irmão, em frente ao espelho, tentado sem sucesso parecer o John
Travolta enquanto eu ouvia Ummagumma do Pink Floyd.
Eu sabia que o problema não era comigo! Hoje, cada vez mais, tenho
plena certeza.

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É... o pior mesmo era a música.
Me dava náusea, e continuo sentindo um pouco isso.
Mas hoje em dia, depois de me acostumar e gostar de Música Concreta,
Merzbow, Christian Marclay e outros ruidismos mais radicais, passei a
no mínimo respeitar a música que me faz mal pro estômago.
É com esse espírito que lanço aqui essa coletânea Picaretex de
breguices discotecantes.
Existe um antigo provérbio egípicio que diz:
"Tudo pode ficar ainda melhor em Ritmo de Discoteca".
De fato estou bolando um novo projeto de Augusto dos Anjos em Ritmo
de Discoteca, mas antes preciso realizar a minha outra idéia de
fazer a banda cover: LEGIÃO UMBANDA (músicas do Legião em toques
de Umbanda)... mas isso é outro assunto.

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Seguindo os velhos princípios deste blog maldito, essa coletânea foi
montada apenas com o material que eu tinha disponível em casa
na minha coleção, com alguns disquinhos emprestados do Yupo, só
pra variar.
Por isso mesmo, repetem alguns artistas, mas as escolhas tenderam
a fugir das coisas mais conhecidas.
Uma ou outra eu coloquei pra agradar algum amigo retardado.
Vamos ao tracklist:

01 Maracangalha/Alcatraz Black Band

Música que define bem o conceito de discoteca picareta.
Somente um gênio do mal como Hugo Belardi poderia
ter uma idéia tão infeliz de adaptar música populares
brasileiras no ritmo de discoteca.

02 Selvagem/Risa

Minha preferida!
"Muito selvagem, eu vou fazer vc me amar!"
Funciona muito bem em reverse.
Risa eu não faço idéia de quem seja...
Também, se eu soubesse vcs poderiam mandar o
guarda me prender.

03 The Train (Trem das Onze)/Alcatraz Black Band
Esse é o tipo de música que vc precisa ouvir com a agulha
suja naqueles aparelhos 3 em 1 de plástico comprado
nas Casa Bahia no início dos anos 90.
Reparem o pulo no final da música, quando a garota fica
pedindo pro cara ficar mais com ela.
Repetiu muito rápido mais uma do Alcatraz, mas achei que a
sequencia era boa. Picaretagens à parte.

04 A Dança do Figueiredo/Banda Black Rio
A Banda Black Rio é excelente, mas caprichou na picaretagem
vagabunda nessa faixa.
Inclusive eles estão gravando disco novo com produção de
Mano Brown dos Racionais.

05 Não Pare de Dançar/Placa Luminosa
Essa é matadora! anima qualquer galinhero!

06 Dance Livre/Mary Jô
Mais uma cantora que não faço a menor idéia de quem seja...
Roberto? Alguma dica?
Tem um clima meio comportado dona de casa querendo
fazer striptease.

07 Here, There and Everywhere/Hugo Belardi
O Hugão agora capricha nessa versão mil vezes piorada
de Beatles. Uma baladinha pra dançar de band aid colado.

08 Black Côco/Black Coconut
Agora uma bem manjada.
O Lincon Olivetti que estava por trás disso.
Uma disco mais maconheira.

09 Bahia/Hugo Belardi
A coisa esquenta agora e entra com tudo (no bom e no mal
sentido). Acabou que essa música se tornou um clássico
brasileiro de música com o sintetizador Moog, graças a versão
do Meireles. Essa difere porque, além de ser em Ritmo de
Discoteca, mostra a música completa e mais uns arranjos
"E o gato way".

10 Como Posso Viver Sozinho/Mac Rybell
Ganhei essa pérola de merda do Yupo no dia do inimigo
oculto, mas vale mais uma vez pelo Moog.
Mais um belo toque de picaretagem de minha parte:
Essa música é de 73, ou seja, antes da era marrom da disco.

11 Just Fools (só louco)/Albatroz Black Band
Adoro o jeito que começa esse track.
Parece que vai começar uma música legal e aí:
Só Louco...
meus deus... cortem o meu saco...

12 El Bodeguero/Lee Jackson
Essa faixa reúne várias coisas ruins.
Tenho mesmo que enumerar?
Hoje alguns integrantes estão no ramo da publicidade.
... tá explicado...

13 Masquerade (Mascara Negra) /Albatroz Black Band
A ele aí de novo! Hugo!!!!
Não podia deixar de faltar mais uma coisa linda.

14 Pôxa/Albatroz Black Band
Porra! Outra?
Quem fez essa seleção?

15 Waltz of Flowers/Hugo Belardi
Essa pelo menos é de outro disco e tem Moog.

16 Fique Comigo/Express
Sinta a vontade "expressa" de ser o Bee Gees...
Com direito a vozinhas afeminadas e tudo.

17 Guerra nas Estrelas/Renato Mendes
Me diga o que é uma discoteca picareta sem uma versão
podre do tema de Star Wars do John Willians?
Renato Mendes, conhecido por adaptar músicas da mpb
para versões com o sintetizador Moog, aquí ataca
nos arranjos com um ELECTRONE ORGAN FX-20 que ele
usou emprestado de um casal de amigos brazucojapas.
Picaretex até a vêia!

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baixe e dance sem parar

segunda-feira, 8 de junho de 2009

FOTOS DAMO SUZUKI encontra ZEROUM por Marília Scharlach - Brasil - junho/2009

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A amiga Marília Scharlach estava de bobeira, viu que ia ter o nosso show
e resolveu levar sua câmera pro show.
Um dia antes ela, passeando pelo centro, encontrou para vender filme
4500 asas e pensou: será perfeito para fotografar.
Apesar de só descobrir na hora que o fotômetro estava sem baterias,
com sua experiência e jogo de cintura conseguiu tirar os resultados
aquí mostrados.
É tanto tempo que me desacostumei com a fotografia analógica que
as imagens me deixaram chapado.
Nossa que diferença faz! Claro que é preciso um bom fotógrafo operando.

O evento foi o show do ilustríssimo DAMO SUZUKI (Ex-CAN) acompanhado por
minha banda ZEROUM: PB, Dudu Tsuda, Ciro Madd e Neymar Pires (o batera
que infelizmente não ficou na mira das lentes de Marília...).
Outro integrante que não apareceu foi Miguel Barella, que não pôde
participar do show porque estava viajando pra Europa.
Damo incorporou o conceito de NETWORK em seu trabalho, onde, fazendo
sua Tour Sem Fim, viaja por todos os lugares tocando com músicos locais o
que seria sessões de improvisação musical sem nada pré-determinado, o que
geram criações expontâneas chamadas por ele de "musica moderna".
Indispensável se referir a sua importância na cena do rock experimental
alemão na virada dos anos 60 pros 70.

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Marília Scharlach : Funções e Atividades
Direção e fotografia de curta-metragens e documentários. Prêmios:

Melhor Fotografia Curta Metragem 16mm Festival de Brasília 2004 pelo filme
“Quando tudo Formiga”

Melhor Fotografia Curta Metragem 35mm Festival de Vitória 2005 pelo filme
“Distúrbio”

Prêmio DocTV Brasil para realização do documentário “No Traço do Invisível” 2006

» Formação
Formada no Curso Superior do Audiovisual na Escola de Comunicações e Artes da
USP (Universidade de São Paulo) especialização em fotografia.

» Idiomas
Inglês e Francês Intermediário

» Cursos

» Experiência Profissional
Principais trabalhos assistente de câmera em longa-metragem:

El Cobrador, 2005
Direção: Paul Leduc
Fotografia: Josep M. Civit

Os Porralokinhas, 2005
Direção: Lui Farias
Fotografia: Jacob Solitrenick

Não por Acaso, 2006
Direção: Philippe Barcinski
Fotografia: Pedro Farkas

Chega de Saudade, 2006
Direção: Laís Bodansky
Fotografia: Walter Carvalho

Os Incomodados que se Mudem, 2007
Direção: Sérgio Bianchi
Fotografia: Marcelo Corpanni

A Erva do Rato, 2008
Direção: Julio Bressane
Fotografia: Walter Carvalho

O Contador de Histórias, 2008
Direção: Luiz Villaça
Fotografia: Lauro Escorel

É Proibido Fumar, 2008
Direção: Anna Muylaert
Fotografia: Jacob Solitrenick

listagem desatualizada!

ACASP

Atua no mercado publicitário e cinematográfico desde 2004

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Fred Frith - Live In Japan - Japan - 1982

FFFolder

Eu tive um primeiro "mestre" da música bizarra que era um carioca
que tinha o apelido de "Mister Hawk", (por gostar muito da banda Hawkwind).
Certa vez eu estava elogiando muito Robert Fripp do King Crimson como sendo
o guitarrista mais genial de todos os tempos e ele disse:
"Vc precisa conhecer o Fred Frith, porque ele é infinitamente melhor!"
Claro que não acreditei. Primeiro que eu achei que ele estava tirando sarro
da minha cara. Fripp...Frith...
Depois, se ele era tão mais incrível, como eu nunca tinha ouvido falar?
Esse sempre foi o meu sintoma básico de ignorância: realmente pensar
que sabia tudo.
Quase 10 anos depois em Belo Horizonte, fui com o amigo Jeff Kaspar
numa sessão no Cine Usina onde estava rolando uma mostra
de filmes Suíços e não tinha nem idéia do que ia assistir.
Era um filme chamado "Step Across The Border" e era exatamente sobre
o guitarrista Fred Frith, suas músicas, seus amigos, o clima de improvisação
que rolava em sua turma, filmado maravilhosamente em preto e branco
e com uma lógica de montagem que o diretor chamou de
"improvisação cinematográfica".
Fiquei fascinado, especialmente pela participação da tcheca Ivá Bittová
que passei a vida tentando conseguir seus discos.
Felizmente hoje os tenho em cds, mais um dvd fantástico.
Ainda sim, o filme não era informação suficiente sobre Frith para que eu
morresse de amores por seu trabalho.
Mais dez anos se passaram e eu me envolvi com as práticas de improvisação
musical de forma mais consistente e fatalmente cruzei novamente com informações
sobre ele, suas técnicas, suas parcerias e seus incríveis discos.
Ao mergulhar mais profundamente no estilo R.I.O. (Rock in Opposition), que
hoje em dia gosto tanto, comecei a perceber que seu nome era um
grande pilar do gênero.
Eu sempre soube vagamente que, ele e seu amigo Chris Cutler (dono
do selo Recommend Records) eram ex-integrantes de uma banda chamada
Henry Cow que até então eu fingia que conhecia.
Até conhecer pessoalmente o Chris Cutler já tinha me acontecido.
Assisti ele tocar com um projeto chamado The Nudes em 1992 no festival
Brief em Belo Horizonte.
Resumindo, eu continuava sendo o grande idiota que achava que conhecia
muita coisa de música alternativa, ou pelo menos o melhor dela.
Hoje em dia eu preciso encher a boca pra dizer:
Frith é gênio e Fripp uma anta estúpida.
Só que Fred Frith nunca quis ser a estrela e por isso esteve mais comprometido
com a qualidade e o mergulho mais radical em sua musicalidade.
É um dos artistas mais modernos e à frente de seu tempo que eu já ouví falar.
Como se não bastasse o Henry Cow ser maravilhoso, uma espécie de progressivo
ultra-moderno, ele foi um dos músicos integrantes orquestra rock que levou
pros palcos a obra "Tubular Bells" de Michael Oldfield ao lado de Steve Hillage
na guitarra eletrica, e ainda teve outras bandas incríveis chamadas SLAPP HAPPY
e ART BEARS.
Nos anos 80 ele participou de vários discos e projetos
incríveis como MASSACRE, LES 4 GUITARRISTS DE L'APOCALYPSO, SKELETON
CREW, MATERIAL, GOLDEN PALOMINOS, NAKED CITY (como baixista) e isso
pra citar as coisas que conheço bem de minha coleção de vinis, mas sei que
ainda houve muito mais.
Ele ainda continua tocando incrivelmente em projetos como DEATH AMBIENT,
produzindo trilhas para filmes experimentais, lecionando nos Estados Unidos,
improvisando com artistas de jazz e desenvolvendo seu trabalho como
compositor erudito. O grupo MASSACRE ainda existe também e lança um Cd
à cada 5 anos pelo menos.
Esse disco aquí postado nunca foi relançado em cd e foi lançado originalmente
no Japão pela divisão Japonesa do selo Recommended Records Japan.

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Como mostra a foto abaixo, é uma edição de 2 LPs que vinham dentro de
uma caixa de papelão com um livrinho de papel Kraft postado em seguida.

FFemba

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Nessa época ele desenvolvia solo apresentações de improvisações utilizando
técnicas de tocar guitarra inspiradas nas pesquisas de Derek Bailey, mais
específicamente o "Table Guitar" que consistia em apoiar a guitarra numa
mesa e prepará-la e toca-la com objetos cotidianos com o objetivo de
criar texturas inusitadas para a guitarra que vão dos timbres percussivos
ao ruidismo puro.

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Esse disco é parte do registro de suas primeiras apresentações no Japão.

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À partir daquí já é um bonus especial para os fãs.
As imagens à seguir são uma revista que apresentava
seu trabalho para o público japonês que era distribuída
para as pessoas no show.
Por muita sorte temos acesso à isso graças ao amigo
e colaborador do blog, o Yupo, que ganhou no Japão
enquanto morava lá.
Ele teve a sorte de vê-lo tocar ao vivo algumas vezes
e uma vez até o ajudou a carregar seu equipamento, rs.
Quem me dera...

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Ele hoje vive na Alemanha, provavelmente porque se casou com uma alemã.
Fred Frith não é apenas um dos músicos mais geniais que surgiram
dos anos 70. Ele é das pessoas envolvidas com música mais humildes e
seguras do que buscam, e com certeza não é o estrelato.

Tracklist:

OSAKA I
OSAKA II
OSAKA III
FUKUOKA I
FUKUOKA II
MAEBASHI I
FUKUOKA III
TOKYO I

experimente isso

yupo-stamp
Post com a colaboração do Mestre Yupo
 
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