Nascida em Paris em janeiro de 1942. Infelizmente sua fama de ter assassinado seu namorado, a lenda do esqui, Spider Sabich, se tornou maior que seus discos e sua carreira nas artes dramáticas.
O famoso dia fatídico em que descarregou as balas de um revolver no estômago do namorado numa cabana na cidade de Aspen, deixando-o mortalmente ferido no banheiro. Esta cantora tão linda, de voz tão docê e angelical foi protagonista de uma vida tão cheia de idiossincrasias e contrastes que "só a realidade pode criar".
Viveu momentos de celebridade ao se casar com o rei da Easy Listening Andy Willians, quando toda a imprensa quis fazer daquele relacionamento como um grande conto de fadas.
Mas na realidade a forma como ambos se conheceram foi lasciva e ainda quando ela, recém chegada da frança dançava em cabarés obscuros em Las Vegas fazendo aqueles famosos showzinhos solos de stripper que a gente vê em filmes até hoje.
No caso, Willians estava mais para um velho babão caçador de menininhas. Deste conto de fadas nasceram alguns filhos a quem ela muito se dedicou posteriormente.
Lançou ao todo 7 Lps, entre 1967 à 1972, mas nunca teve oportunidade de encontrar seu público ao vivo. Na realidade, seu trabalho naquele momento foi muito mal ouvido porque a juventude da época estava mais ligada ao rock e as experiências mais extremas que ele proporcionava.
Claudine soava como cafona e adocicado demais. Talvez aquele universo de doçura lhe fosse mais saudável buscando uma pureza que lhe foi arrancada logo cedo, mas com certeza é clara uma densa melancolia nas entrelinhas de seu "sunshine pop".
Ela é a terceira de pé da esquerda pra direita.
Claudine nasceu no 14 º distrito de Paris - perto do Sena e em uma área povoada maioritariamente por estudantes de arte. "É o centro de Paris", diz Claudine com orgulho, e acrescenta: "Quando o movimento existencialista começou foi onde e quando eu comecei." Não era uma área que os turistas frequentavam, o que dava bastante liberdade aos estudantes e artistas.
Logo cedo, no frescor de sua infância já tinha certeza de sua vocação para a arte dramática. Frequentou a Academia das Artes estudando com pessoas que dedicavam a vida ao teatro e também envolveu-se com o balé clássico. Logo aos 10 anos de idade interpretou uma garotinha possuída numa montagem teatral da maravilhosa obra literária de Henry James "A VOLTA DO PARAFUSO".
No brasil foi lançado em dvd o filme hollywoodiano que remete à essa estória chamado "Os Inocentes". Se você ainda não conhece, está bobeando...
Muitos questionaram se aquela experiência não iria marcá-la pela natureza tão cruel e sórdida da obra, mas ela disse que não se importava com isso e que foi uma experiência fascinante na qual ela entendeu mesmo aos 10 anos.
Sua primeira grande produção foi aos 15 anos após conhecer Jean Cocteau, o baluarte do surrealismo, dramaturgo, autor, produtor/diretor e cineasta. Ela foi escalada pelo mestre para atuar em "A Maquina Infernal", baseado numa tragédia grega. A Longetzinha interpretou Antígona.
Aos 16 ela já estava totalmente enturmada com a galera modernista do teatro de vanguarda. Naquela loucura toda, aos 17 ele foi morar na itália e foi lá, nesse momento, que ela foi convidada à acompanhar uma trupe teatral à se mudar para os Estados Unidos. Dizem que ela foi por causa de uma "namorada", ual! Esse povo do teatro...
Não demorou muito, uma conexão aqui, outra ali, era já estava dançando nua em Las Vegas. Em 1960 estava sim, afundada na putaria clássica. Nessa coisa toda que ela conhece o "Bom Moço" Andy Willians, o rei das cocotinhas...
Na real não foi um mal negócio, porque aos poucos ela foi trabalhando como atriz em filmes e seriados de TV como "Combat", "Hogan's Heroes", "Dr. Kildare" e muitos outros.
Numa dessas ela aparece cantando "Meditação" e foi onde Herp Alpert levou a princesa para a gravadora A&M e a lançou como cantora proficional.
Seu primeiro disco chamou apenas "CLAUDINE". Havia um grande charme naquela bonequinha com sotaque francês que não era nada muito especial para as mulheres mas que dava muito tesão nos homens.
Ganhou disco de ouro! Mesmo assim sua carreira como cantora não foi nada meteórica e nem teve tanto destaque.
Era apenas uma garotinha (já nem tão novinha assim) com aquela deliciosa vozinha pequena que exigia um mix bastante rebaixado da orquestração.
Parra o grande público e indústria fonográfica já existia como referência máxima o grupo The Carpenters, de dois irmãos (AMERICANOS) muito mais talentosos e com grandes vozes. Quem seria Claudine para concorrer... Mesmo assim, em seus álbuns existem excelentes versões de clássicos da época como Beatles ou Stones, mas sempre numa pegada mais leve e fofinha.
Seria um pecado deixa de citar sua participação no filme "Um Convidado Bem Trapalhão" com Peter Sellers
Ela interpreta uma garota que busca uma chance como cantora e que acredita no papinho dum corôa que tá só afim de comê-la, que a leva pruma festa mega rica na casa de um produtor de hollywood e a faz cantar para todos alí um deliciosa bossinha chamada "Nothing to Loose" composta por ninguém menos que Henry Mancini, autor da trilha.
No filme a vida dela tá tão sem perspectivas que ela acaba ficando com um ator lixo indiano atrapalhado, no caso o também comedor Peter Sellers.
O single dessa música foi um dos maiores sucessos de sua carreira, mas nunca apareceu nos álbuns.
Este álbum que aqui apresento é o quinto de sua carreira e segue exatamente o padrão da cantora que nem sequer teve oportunidade de guinar sua carreira, mas o título do disco torna-se bastante sugestivo ao conhecer-mos a história dessa moça. Dá pra entender o quanto ele é de verdade...
Depois de toda merda do assassinato, ela acabou sendo acolhida pelo ex-marido e pai de seus filhos Andy, o que foi muito legal da parte dele. Ela passou pouco tempo presa e logo foi transferida para uma espécie de prisão domiciliar.
Era isso mesmo que a moça precisava. Chega de encrencas!
Claudine está viva até hoje, mas ninguém a vê ou sabe onde está. Jamais foi visto uma única foto de sua aparência hoje. Mas onde quer que esteja, querida Claudine, saiba que uma nova geração nasceu e que foi capaz de apreciar muito sua obra e sua leveza melancólica. Nós a amamos muito!
Tracklist:
1. Everybody's Talkin' 2:40 (Fred Neil) 2. Lazy Summer Night 2:45 (Harold Spina) 3. Little Man (Little Woman) 2:35 (Danny Janssen) 4. A Bushel and a Peck 3:25* (Frank Loesser) 5. Love Can Never Die 2:56 (Smokey) 6. Something 2:20 (George Harrison) 7. Don't Remind Me Now of Time 2:51 (John Simon-Peter Yarrow) (From motion picture "You Are What You Eat") 8. Golden Slumbers 2:47 (Lennon-McCartney) 9. Run Wild, Run Free 2:41 (Don Black-David Whitaker) (From Columbia picture "Run Wild, Run Free") 10. This Changing World (De L'Automne a L'Automne) 3:07 (Original Text, Roland Valade-English Lyric, Diana Spryopulos-Music, Jean-Claude Oliver) 11. Thank You Baby 2:42 (Bruce Johnston-Denie Dudley)
caro pb: foi muito bom vc ter postado esse disco da claudine longet, era o único que me faltava! o texto e as fotos estão excelentes. informações sobre ela são raras, mesmo na internet. não dá para entender como uma pessoa tão angelical, com voz tão delicada possa ter feito o que fez... não sei o que é mais absurdo: ela ter atirado nele ou ele te-la traido... de qq maneira ela deixou discos emocionantes como este run wild run free q estou ouvindo agora. grande abraço, josé
o mínimo que essa maravilhosa garota devia ao mundo - já que ela não era nenhuma gp - garota previsível -, era ter matado alguém. tipos assim que nos deixam com esperança na humanidade: capazers de fazer o que nós queremos: gravar o que queremos e matar quem bem entendermos, principalmente quem nos fode. é isso ai, gata!!!
6 comentários:
caro pb:
foi muito bom vc ter postado esse disco da claudine longet, era o único que me faltava!
o texto e as fotos estão excelentes.
informações sobre ela são raras, mesmo na internet.
não dá para entender como uma pessoa tão angelical, com voz tão delicada possa ter feito o que fez... não sei o que é mais absurdo: ela ter atirado nele ou ele te-la traido...
de qq maneira ela deixou discos emocionantes como este run wild run free q estou ouvindo agora.
grande abraço, josé
Parabéns pela excelente reportagem.
ADORO CLAUDINE E NÂO ENTENDO POR QUE NÂO FALAM SOBRE ELA...O texto ta otimo ..muito bem escrito e informativo...
posta mais....
o mínimo que essa maravilhosa garota devia ao mundo - já que ela não era nenhuma gp - garota previsível -, era ter matado alguém. tipos assim que nos deixam com esperança na humanidade: capazers de fazer o que nós queremos: gravar o que queremos e matar quem bem entendermos, principalmente quem nos fode. é isso ai, gata!!!
Perfeito, a vida sempre é perfeita, nos altos e baixos que nos proporciona
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